Artigos de Opinião
Sobre algumas pistas de Futuro: caminhar do desespero à esperança
Não é novidade que passamos já de um suposto Estado de bem-estar, injusto, para um absoluto «Estado de mal-estar»: de negação de qualquer direito, de austeridade máxima, ofensiva neoliberal contra o mundo do trabalho, mercantilização, privatização, financeirização; de tudo e de todos. Mal-estar este que rotiniza uma vida já esvaziada de sentido, em que as relações, o trabalho, o pensar e o sentir – a cognição e os afetos – imersos nas repetições, extenuantes, do dia-a-dia de sociedades administradas são, cada vez mais, seriados, atomizados, rotineiros, instantâneos, parcelares; protocolares. Falsos.
Este mundo, de profunda miséria material e existencial, não consegue continuar em funcionamento senão por conta de uma política, já aberta, de eliminação. Assim, os diversos rostos da «fascistização» – em um sentido muito amplo – emergem, dos esgotos, a cumprir tão vil tarefa, radicalizando os ódios, as intolerâncias, as autocracias, o abismo. A visível decadência civilizatória, como destaca o filósofo Silvio Almeida, não está no corpo de George Floyd – ou nos vários corpos; de tantos trabalhadores, pobres, pretos, brutalizados, diariamente, nas favelas e periferias, mundo-afora –, mas, sim, no corpo do policial. Ou, para sermos ainda mais precisos, a nossa ruína societária não seria este ou aquele sofrimento privado de tantos – à margem da história –, mas sim o que a produziu.
Este mundo, de profunda miséria material e existencial, não consegue continuar em funcionamento senão por conta de uma política, já aberta, de eliminação. Assim, os diversos rostos da «fascistização» – em um sentido muito amplo – emergem, dos esgotos, a cumprir tão vil tarefa, radicalizando os ódios, as intolerâncias, as autocracias, o abismo. A visível decadência civilizatória, como destaca o filósofo Silvio Almeida, não está no corpo de George Floyd – ou nos vários corpos; de tantos trabalhadores, pobres, pretos, brutalizados, diariamente, nas favelas e periferias, mundo-afora –, mas, sim, no corpo do policial. Ou, para sermos ainda mais precisos, a nossa ruína societária não seria este ou aquele sofrimento privado de tantos – à margem da história –, mas sim o que a produziu.
2020
Em defesa da educação pública comprometida com a igualdade social: porque os trabalhadores não devem aceitar aulas remotas
Coletivo de Estudos em Marxismo e Educação – Colemarx Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE Faculdade de Educação – FE
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
Rio de Janeiro – RJ
Data do texto: 22/04/2020
2020
O achatar da curva não resolve o problema do COVID-19, por Henrique Silveira
Tem-se falado muito em alongar a curva, médicos e responsáveis políticos têm repetidamente falado este assunto. No entanto, baixar o coeficiente de contágio sem baixar o valor do número de crescimento da doença COVID-19 (conhecido por R0 entre os especialistas) para baixo de 1, o tal “alongar da curva” com medidas sérias e bem intencionadas mas sem o devido suporte nos modelos e hesitantes, é extremamente pernicioso para a economia e para o bem estar da população.
2020
A CRISE ECONÓMICA E O COVID-19, POR MICHAEL ROBERTS
Tenho certeza de que, quando esse desastre terminar, o establishment dos economistas e as autoridades alegarão que tudo foi uma crise exógena, que nada disso tem a ver com falhas inerentes ao modo de produção capitalista e à estrutura social da sociedade. A culpa é do vírus. Esse foi o argumento deste mesmo mainstream após a Grande Recessão de 2008-9 e será repetido em 2020 . Enquanto escrevo este artigo, a pandemia de coronavírus (como agora é definida oficialmente) ainda não atingiu seu pico. Aparentemente, começando na China (embora exista alguma evidência de que possa ter começado em outros lugares também), agora se espalhou por todo o mundo.
2020
SEM TABUS: COMO CHEGÁMOS AQUI? COMO SAÍMOS DAQUI?, POR RAQUEL VARELA
A OMS afirma que divulgar o suicídio aumenta o suicídio. Muitos na área estão contra a posição da OMS. Esta directiva foi seguida durante anos, sem contraditório, por quase todos os jornalistas, em várias partes do mundo. Contra ela estão centenas (ou milhares) de profissionais de saúde, entre eles psiquiatras e psicólogos, em todo o mundo, que afirmam a hipótese contrária – temos que falar sobre o suicídio porque isso ajuda a preveni-lo. Em Portugal o professor Coimbra de Matos é contra a posição da OMS, em França Dejours também, são duas referências mundiais no campo da psiquiatria.
2014
CRISE ECONÓMICA, SAÚDE E DOENÇA
PSICOLOGIA,SAÚDE & DOENÇAS, 2015, 16(2), 267-277 EISSN – 2182-8407
Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde – SPPS – www.sp-ps.com DOI: http://dx.doi.org/10.15309/15psd160211