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Fábio de Oliveira

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Fábio de Oliveira é professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), co-editor-chefe dos Cadernos de Psicologia Social do Trabalho e um dos coordenadores do Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho, Movimentos sociais e Políticas Sociais (TraMPoS). É mestre e doutor em Psicologia Social, respectivamente pela USP e pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e realizou estudos de pós-doutoramento no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Foi docente da PUC-SP entre 1997 e 2013 e psicólogo do Centro de Psicologia Aplicada ao Trabalho da USP entre 1996 e 2014. Em 2021, foi professor adjunto do Instituto Politécnico de Setúbal. Tem experiência de trabalho e de pesquisa nas áreas de Saúde dos Trabalhadores, Saúde Mental e Trabalho, Psicologia Social do Trabalho e Clínicas do Trabalho. Atualmente é coordenador do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade de São Paulo.

ARTIGO

A Saúde Mental relacionada ao trabalho e os desafios aos profissionais da saúde

Este artigo de caráter reflexivo discute a Saúde Mental relacionada ao tra- balho no contexto atual. Para isso, aponta para a persistência das ideias que negam o nexo entre o trabalho e a saúde mental e critica sua lógica simplifi- cadora e culpabilizante. Prossegue retomando os conceitos fundamentais do campo da saúde do trabalhador e a contribuição da abordagem do processo saúde-doença da Medicina Social Latino-Americana. Ressalta, em seguida, a relevância e a atualidade do conceito de desgaste mental. Conclui com o deli- neamento dos desafios para os profissionais da saúde para a compreensão da relação entre saúde e trabalho e os novos horizontes abertos pela legislação que estabelece o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP) e o Fator Acidentário de Prevenção (FAP).

ARTIGO

Fatalism and occupational accidents: a reading of the experience of injured people from Martín-Baró

Fatalism refers to the attitude of treating negative situations as inherent to destiny or as outcome of divine will. Considering the fatalism consequences impact in the transformative action and having elected Martin-Baró as theoretical reference, the present article reviewed the nuances of fatalism in the narratives of industrial workers, who reported on the repercussions of work accidents on their lives. From the data of a previous qualitative investigation, conducted through open and in-depth interviews, three interviews were selected whose narratives represented different facets of fatalism. The information accessed was analyzed and categorized, at which time the elements of the experiences that ensured the maintenance of fatalism and the movements of consciousness that, also from experience, challenged conformism and indicated a potential rupture with fatalism were highlighted.

ARTIGO

Outsourcing and the growing precarity of psychologists’ work in social services in Brazil: repercussions for subjectivities

In this article, we present and discuss the repercussions of working conditions in social care services on the subjectivity of psychologists who work with this pub‐ lic policy in Brazil. Based on interviews with psychologists, we argue that the sub‐ contracting process of the Unified Social Assistance System (Sistema Único da Assistência Social—SUAS) brings about the establishment of fragile employment relationships, low salaries, lack of training, and high staff turnover. Besides this insecurity due to precarious work, outsourcing makes those workers’ lives precari‐ ous, since it makes them feel insecure, emotionally overwhelmed and “suffocated.” To cope with this situation, these professionals seek technical and emotional support from their colleagues, especially engaging in study groups outside working hours. Their discourses have allowed us to conclude that, despite advocating a crackdown on the insecurity of labor and the end of subcontracting, Brazilian laws leave loop‐ holes for feeble labor bonds.

ARTIGO

Pesquisa-intervenção participativa com trabalhadores da Unidade de Manutenção de uma universidade pública: precarização, memória e resistência

Este relato descreve a assessoria sindical em Psicologia Social do Trabalho e em Saúde do Trabalhador junto a funcionários/as da Unidade de Manutenção de uma universidade pública brasileira. Após uma greve por melhorias nas condições de trabalho e por medidas de combate ao assédio moral, foi formado um grupo de trabalhadores e pesquisadores (estudantes de graduação, de pós- graduação, pesquisadores de pós-doutoramento e docentes) que desenvolveu um projeto nos moldes de uma pesquisa-intervenção participativa. Ao longo de mais de dois anos, foram desenvolvidas as seguintes atividades: participação dos pesquisadores nas reuniões organizadas pelos trabalhadores; visitas aos locais de trabalho; fomento das discussões sobre assédio moral, condições e organização do trabalho; realização de entrevistas individuais e em grupo; atendimentos clínicos. Essas atividades permitiram intervir na formação, no acolhimento ao sofrimento relacionado às situações de violência, no resgate do valor do trabalho e dos saberes dos trabalhadores. Foi possível reconhecer que as instabilidades e as precariedades do trabalho têm sido fonte de sofrimento e de conflitos. Constatamos que os trabalhadores são portadores de rico saber sobre a universidade, sobre o seu próprio trabalho e sobre as mudanças em curso, bem como sobre as consequências do acelerado avanço da terceirização e do desmonte de diversos setores da universidade.