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António Pedro Dores

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Professor de sociologia, sociólogo abolicionista especializado em violência. Autor do blog Libertação do Império, da coluna De Soslaio e de vários livros, entre os quais Estado Social Real, 2020, e Reeducar o Século XXI: libertar o espírito científico, 2021.

ARTIGO

A promoção centrífuga do ensino da sociologia

A ciência prestigiou-se pela sua capacidade de antecipar o futuro, prevendo-o e construindo-o. As ciências sociais têm nas transformações em curso uma oportunidade para continuarem o caminho entre a filosofia social e a ciência, libertando-se da conjuntura histórica que as pararam algures entre as humanidades e a ciência. O sucesso de um tal empreendimento seria útil para o aumento do prestígio da ciência, para a educação das novas gerações e para a adaptabilidade da humanidade à nova era geológica que se anuncia. A educação em sociologia pode ter um papel nesse processo.

ARTIGO

Questioning the Hope in Science and Schooling

The succession of extraordinary traumatic events, such as the poles defrosting, the fires in Australia and Amazon, the COVID-19 pandemic, the financial global crises revival, the Black Lives Matter movement, seems to call for science (to solve problems) and schooling (to make time to the unemployed) for help.

Science and schooling are some of the big successes of post-modern culture and states. Given these successes, questions remain. Why do they not deliver hope? We are left to ponder (a) why these extreme events takes us by surprise; (b) why those who have been afforded the best education ever are so anxious, so frozen; (c) why is it that our best policies, science, and minds continue to fail us when it comes to solving the problems associated with the environment, this pandemic, capitalism, and racism; and (d) given the promise of science, why are we so in need of solutions?

LIVRO

Reeducar o Século XXI: libertar o espírito científico

Perante as sucessivas crises financeiras, a decadência da democracia, a crise ambiental, a crise pandémica, soluções tecnocráticas como o 5G, a quarta revolução industrial, o grande reiniciar do Fórum Económico Mundial, a inteligência artificial, o pós-humanismo, devem ser escrutinadas por uma razão sábia, maduramente treinada, em vez de uma razão subordinada aos interesses das elites.

As gerações mais bem formadas de sempre estão reféns do seu próprio profissionalismo, impotentes perante os desafios conhecidos e falhados há décadas, como a humanização das instituições. As evidências do caminho destrutivo que estamos a seguir levam as elites a promover campanhas de medo e terror para encobrir as suas responsabilidades e adiar qualquer oposição. A ciência e, sobretudo, o espírito científico também estão reféns da situação. O que se ensina nas escolas e nas universidades, o discurso único, a tecnocracia, reduz o espírito científico a seguidismo ignaro.

Este livro propõe um diagnóstico da situação - a imposição política da ciência centrípeta - e uma perspectiva de libertação - a promoção institucional da ciência centrífuga.

LIVRO

Estado Social Real

Acordem! - grita-se.

Em tempos de crise excepcional, o Estado Social real é o estado do tempo da globalização, o sucessor do modelo que fez o progresso nos países mais ricos do mundo até aos anos 70 do século XX.

Tal como ocorreu com a União Soviética e o seu socialismo real, também a Europa e o seu Estado Social real vivem um encanto decadente que paralisa a acção.

Mário Tomé, capitão de Abril e político, sublinha no prefácio: «O falhanço político das esquerdas globais ilustra o que é o Estado Social real: uma idolatria do estilo de vida europeu, incompatível com a saúde do meio ambiente e da mente».

OPINIÃO

"VAI TRABALHAR MALANDRO!": PARA QUE SERVEM AS PRISÕES?

As prisões não são sociedades à parte. São parte estruturante das sociedades modernas. São imprescindíveis para ajudar a dissimular a organização social e a estigmatizar a exclusão social, laboral e existencial através de processos sacrificiais, incluindo por via penal.

OPINIÃO

“VAI TRABALHAR, MALANDRO!”: AS PRISÕES EM PORTUGAL

Portugal é um dos países mais seguros do mundo, mas há 60 anos que a sua população prisional não para de subir. Em 1974 eram dois mil reclusos, hoje são mais de 14 mil. Os reclusos vivem como zombies entre quatro paredes, como consumidores de drogas ilícitas e/ou com psicotrópicos servidos indiscriminadamente pelo Estado.

PODCAST

O papel das prisões numa sociedade democrática

Acordem! - grita-se.

Em tempos de crise excepcional, o Estado Social real é o estado do tempo da globalização, o sucessor do modelo que fez o progresso nos países mais ricos do mundo até aos anos 70 do século XX.

Tal como ocorreu com a União Soviética e o seu socialismo real, também a Europa e o seu Estado Social real vivem um encanto decadente que paralisa a acção.

Mário Tomé, capitão de Abril e político, sublinha no prefácio: «O falhanço político das esquerdas globais ilustra o que é o Estado Social real: uma idolatria do estilo de vida europeu, incompatível com a saúde do meio ambiente e da mente».

ARTIGO

Precariedade e subordinação – o caso da nova geração de advogados

Pamela Peres Cabreira e Raquel Varela (org.) HISTÓRIA DO MOVIMENTO OPERÁRIO E CONFLITOS SOCIAIS EM PORTUGAL: Atas do IV Congresso História do Trabalho, do Movimento Operário e dos Conflitos Sociais em Portugal e III Conferência do Observatório para as Condições de Trabalho e Vida, pp. 285-300, 2020

As sociedades de classes foram construídas com base num direito doutrinalmente igualitário. À medida que as classes sociais discriminadas conseguem acesso ao direito, as contradições doutrinárias dentro do sistema de justiça tornam-se mais evidentes. Mas permanecem intocadas. Com a globalização, o direito permanece o mesmo, mas as práticas profissionais transformam-se: o prestígio social dos advogados dá lugar aos lucros que se obtém retraindo-se para as sombras da discrição, tão longe quanto possível do espaço público. Os jovens advogados encontram na eventual integração nas sociedades de advogados o lugar onde participam na modernização da profissão, começando como trabalhadores aprendizes de empresário, na esperança de um dia serem sócios gerentes de uma sociedade de advogados, ou de outras empresas suas clientes. O empreendedorismo jurídico é, afinal, um aspecto do processo mais geral de proletarização, incluindo o das profissões liberais, no quadro da transformação social sob o neoliberalismo.